terça-feira, 23 de outubro de 2007

Ensino especial





Crianças surdas: Barreira linguística ainda é um obstáculo na integração
Por Paula Alves Silva - lj03058@icicom.up.pt Publicado: 17.04.2007









Devem as crianças surdas ser integradas numa escola regular ou numa escola especial? As opiniões dividem-se.
Estima-se que a população surda em Portugal seja, actualmente, de 10 a 15 mil surdos profundos e 100 a 130 mil deficientes auditivos (com surdez leve a moderada). Os Censos de 2001 revelam que a população surda representa 0,8% da população portuguesa - 84.172 deficientes auditivos.
Todos os dias nascem três bebés surdos, dos quais 90% é filho de pais ouvintes que pouca experiência têm da surdez. Deparados com um novo mundo, o primeiro problema surge quando sentem o "choque de terem um filho surdo", revela a directora da Associação de Pais para Educação de Crianças Deficientes Auditivas (APECDA), Ana Cristina Reis.
Saber como se vive dentro de uma comunidade ouvinte, o que se fazer e como o fazer são questões que a associação pretende ajudar a resolver. O primeiro passo é "encarar a diferença como algo natural", diz.
A barreira linguística funciona como uma parede entre os mundos das comunidades ouvinte e surda. As crianças surdas "sentem-se desintegradas", um problema que se sente ainda mais aquando da entrada do mundo laboral.
Aos 13 anos, Armando Baltazar perdeu a audição. Surdo profundo, hoje é o presidente da Associação de Surdos do Porto (ASP). Na sua opinião, as dificuldades das crianças surdas variam. As barreiras podem surgir enquanto crianças ou enquanto adultos, indica.
Que caminho seguir quando a criança chega à idade escolar?
A questão coloca-se: devem as crianças surdas ser integradas numa escola regular ou numa escola especial? A resposta é uma "espada de dois gumes" com vantagens e desvantagens. A directora da APECDA reconhece que "é um processo muito complicado".
Para Patrícia Oliveira, a escola regular é a melhor opção, porque "se restringirmos os contactos sociais estamos a desenvolver capacidades negativas" no aluno.
A integração social, segundo a psicóloga, "tem muita importância". Ainda que com um "défice sensorial" relativamente às crianças "normais", os surdos devem ter um "desenvolvimento igual", acrescenta. A seu ver, as crianças aceitam bem as diferenças e "normalmente há uma boa integração".
"Elas têm de estar com os seus pares, têm de se desenvolver em pleno", diz. Integrar a criança numa escola especial e, numa fase posterior, incluí-la numa turma regular, "mas sempre com o apoio do intérprete gestual" é o caminho mais correcto, de acordo com Ana Cristina Reis.
Em 2002, segundo Amílcar Morais, antigo presidente do Centro de Jovens Surdos, havia 30 escolas em Portugal para surdos, das quais menos de 10 eram de ensino especial para os deficientes auditivos. O JPN tentou obter números actualizados, mas o Ministério da Educação não os forneceu em tempo útil.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Joana


Fonte janeiro

Dois bebés surdos em projecto inovador

Línguagem gestual ao domicílio...

A Joana tem 15 meses e está a aprender a falar, o que, no seu caso, requer métodos especiais. A menina é surda e beneficia de um projecto inovador: os «professores» vão a casa ensinar a família. Depois do diagnóstico, os pais procuram alternativas de interacção com a menina.
Quando fez um ano, Joana recebeu dois aparelhos auditivos, «brinquedos» que meses depois já se acomodaram à rotina da família ainda mal refeita da notícia da surdez da menina. Joana, 15 meses, é uma das duas crianças que beneficiam do apoio domiciliário a bebés surdos do Instituto Jacob Rodrigues Pereira da Casa Pia de Lisboa, um projecto em fase experimental que quer introduzir os bebés surdos e os seus familiares na língua gestual.
Os pais, Ana e Rafael, há algum tempo que desconfiavam das dificuldades auditivas da pequena Joana. “A confirmação chegou no dia dos meus anos. Ficámos em choque”, disse a mãe à agência Lusa durante uma das sessões semanais que Joana tem com uma educadora de infância, também surda, e com uma terapeuta da fala. Aconselhados pela equipa de otorrinolaringologia do Hospital D. Estefânia a recorrer ao uso de próteses para estimular a audição, Ana e Rafael são incansáveis na busca de alternativas de interacção com a pequena Joana, que sabem nunca deixará de ser surda. “Os aparelhos foram prenda do primeiro aniversário”,brinca Ana, um presente de 3.200 euros a que a Joana “se habituou bem”, mas com os quais, por vezes, é difícil resistir a brincar.
Foi também através do Hospital D. Estefânia que Ana e Rafael chegaram ao projecto do Instituto Jacob Rodrigues Pereira. “Queríamos saber tudo o que havia, achámos que apesar de o serviço ainda não ter sido testado tudo era válido”, disse Rafael.Assim, desde 15 de Junho que a Joana, os pais e a irmã Rita, de quatro anos, aprendem a comunicar em Língua Gestual Portuguesa, consagrada na Constituição fez ontem exactamente dez anos, e a desenvolver na bebé as capacidades (auditivas, de leitura labial e de conhecimento da língua) que lhe permitirão o acesso à comunicação através da fala.
Todas as semanas, Marta Morgado, educadora de infância surda, e Filipa Teixeira Lopes, terapeuta da fala, rumam a casa de Joana, em Carcavelos, para sessões com a criança. Joana, que começou há poucas semanas a andar, dá também os primeiros «passos» na língua gestual ,e os pais não têm dúvidas de que já percebe que é nas mãos que está a comunicação e que já “só «ouve» o que lhe interessa”.
Ja podem ter percebido que este meu blogue vai ser dedicado completamente às crianças, crianças surdas, pois sim, espero então que tenham gostado de receber essa informação.

a 1ª vez...


Cá tou eu com um blog que vai começar por ser algo mais do que interessante...



Para já, benvindas ao meu sitio dos pequeninos :)